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Momento DiVino "Vinho e Comida: Feitos um para o outro" 08/05/22 - A Tribuna Jornal - Santos
MOMENTO DIVINO 08-05-2022

Santé! É comum as pessoas terem dúvidas na hora de escolher o vinho no restaurante ou mesmo em casa. O questionamento é quase geral: qual vinho ideal para aquele prato “x”?


Evidentemente existem regras básicas e até combinações clássicas, já conhecidas, e é bom relembrar: vinho branco combina com carnes brancas, peixes e frutos do mar, já o vinho tinto casa perfeitamente com carnes vermelhas e de caça. Ponto!


Essas são combinações bem-vindas e práticas, principalmente se você não quer ter trabalho na hora de comprar e harmonizar. E mesmo porque a história gastronômica ainda resiste às inovações.


Eu me refiro aos pratos tradicionais e regionais que, ao longo do tempo, vêm combinando com os vinhos produzidos na mesma região, regra de referência mundial. Exemplos típicos: a pizza com um vinho italiano Chianti (Sangiovese); o bouillabaisse, ensopado de peixes e frutos do mar, prato típico no sul da França, com o autêntico Rosé da Provence (Grenache, Cinsault, Syrah, Mourvèdre); o cassoulet (espécie de feijoada branca), com um tinto robusto francês de Madiran (Tannat).


Ainda pratos ou massas com molho branco harmonizam com vinhos brancos e se o molho for vermelho cabe o vinho tinto, também uma tendência clássica e histórica.


A harmonização de vinho e comida deve ser a união de aromas e sabores de ambos, sem concorrência, um realçando o outro, como num casamento.  Podemos optar por vinhos que se assemelhem ao prato, isso chama-se fusão. Na fusão você combina comida leve e vinho leve; comida pesada e vinho encorpado, comida aromática e vinho aromático. E fazer o contrário, vinhos opostos aos pratos, isso chama-se contraposição. Um exemplo certeiro é combinar queijos azuis (tipo roquefort), fortes e salgados com vinho doce tipo Sauternes. Tradicionalmente combinar caviar e Champagne não tem erro, apesar de eu achar ótimo com um Chardonnay e o famoso filé mignon com um tinto encorpado estilo Bordeaux é regra que persiste, mas se você quiser variar com um branco encorpado, é diferente e delicioso.


Hoje, com a profusão de comida japonesa e sua total aceitação, a liberdade na escolha dos vinhos nos permite conciliar muitos gostos. Os peixes brancos e sushis vão muito bem com os brancos frescos de Sauvignon Blanc, Chardonnay com ou sem passagem em madeira, Pinot Grigio, Trebbiano e até mesmo Rieslings elegantes. Você gosta de tintos? Ouse beber um leve, como os das uvas Pinot Noir, Dolcetto ou Gammay acompanhando peixes mais gordurosos como salmão, atum e bacalhau. Esqueça os Malbec, Tannat, Cabernet Sauvignon mais encorpados, pois conferem sabor metálico e amargo na boca.


Ah! Os espumantes acompanham, sem dúvida, todos os pratos, desde que você atente para teor de açúcar ou grau de doçura. Brut Zero (Nature), Brut e Extra Brut combinam perfeitamente com entradas, queijos, sushis, sashimis, tempurás, peixes e frutos do mar em geral e também aves e as carnes com alta gordurosidade, uma vez que sua acidez e borbulhas fazem o contraponto com o sal, a gordura e a intensidade desses pratos. Já espumantes Demi-Sec, Doux ou doces, Astis e Moscatéis com as sobremesas.


Enfim, caro leitor, em se tratando de enogastronomia, essa arte que combina vinho e comida, existe uma linha tênue aí, a satisfação, o prazer! Harmonizar vinho e comida deve ser um ato voluntário, sensível e prazeroso. Entretanto a combinação perfeita, o sucesso, requer conhecimento, estudo e tentativas. Se você é leigo siga as regras básicas e tradicionais, e, consulte um sommelier, diante de tantos rótulos nas prateleiras essa ajuda é bem-vinda.


Deguste as minhas dicas até a próxima taça!


momentodivino@atribuna.com.br


@claudiaenoamigos

PROVEI E INDICO

Luigi Bosca – La Linda Extra Brut, Luján de Cuyo, Mendoza, AR
Uva: Chardonnay e Sémillon (12,6°GL)
Cor: amarelo brilhante, perlage (borbulhas) intenso e fino.
Nariz: maçã, pêra, notas florais e mel.
Boca: seco, leve, acidez vivaz, cremoso, macio e refinado
Harmoniza: entradinhas, queijos, carnes grelhadas, comida japonesa, peixes, frutos do mar, massas
R$ 70,60 na Enoteca Decanter Santos


Eugen Müller – Charisma Trocken 2020, Pfalz, DE
Uva: Riesling (12°GL)
Cor: amarelo limão, reflexos esverdeados
Nariz: floral, pêssego e damasco fresco, predominância mineral
Boca: meio seco, acidez alta equilibrada com as frutas, médio corpo, corpo médio, persistente
Harmoniza: cozinha oriental, peixes e frutos do mar agridoces, pratos condimentados
R$ 112,40 na Enoteca Decanter Santos


Domaine Paul Mas – Arrogant Frog Rosé 2020, Languedoc, FR
Uva: Syrah (12,5°GL)
Cor: salmão claro e brilhante
Nariz: morango, framboesa, nuances florais e de pêssego
Boca: seco, leve, ótima acidez, frutado, macio
Harmoniza: aperitivos, paella, peixe grelhado, ravioli com lagostins, abobrinha e cogumelos
R$ 97,60 na Enoteca Decanter Santos


Courmayeur – Contornos Pinot Noir 2020, D.O. Lontue, CL
Amadurecimento - 6 meses em barricas francesas
Uva: Pinot Noir (14ºGL)
Cor: vermelho rubi, média intensidade
Nariz: morango, toque de caramelo e floral
Boca: seco, frutado, corpo e taninos médios, saboroso e longo
Harmoniza: carnes leves, pizzas, massas ao molho tomate, queijos
Produzido exclusivamente para Courmayeur do Brasil
R$ 68,22 no site www.loja.courmayeur.com.br




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