Santé! De volta das férias, curtidas nas altas temperaturas desse verão, confesso a vocês, leitores, que na minha taça, acolhi apenas vinhos brancos e rosés. Espumantes e tranquilos secos, são os eleitos para a estação. Quem me segue nas redes sociais (@claudiaenoamigos) conferiu.
Frequentemente os brancos mais recomendados são os das uvas Chardonnay ou mesmo Sauvignon Blanc. Ambas, respectivamente, são, depois Airén (uva espanhola), as mais cultivadas no mapa vitivinícola. São também as mais populares, uma vez que geram vinhos dos mais fáceis de beber aos mais complexos. Afinal os tops bourgognes Montrachet, Meursault e Pouilly-Fuiseé são o marketing global das Chardonnays. Já a Sauvignon Blanc dá fama aos Pouilly-Fumé e Sancerre do Vale do Loire além dos Fumé Blanc nos Estados Unidos. Inspirarções mundiais!
Eu creio que todo enófilo gosta de um bom Chardonnay (amadeirado ou não) e de um refrescante Sauvignon Blanc, seja de qual procedência vier. Li outro dia que se você está cansado dessas uvas brancas, está cansado da vida, concordo! Particularmente, sou apaixonada por Chardonnays com estágio em barricas, encorpados, que mantém a acidez e aquele indefectível aroma de abacaxi, amêndoas e toque amanteigado, entretanto diante da imensa diversidade, degusto e aprecio outras uvas, é claro!
Da Sicília, por exemplo, sou adepta de vinhos elaborados a partir das autóctones brancas Grillo, Catarrato e Inzolia, marcas registradas dessa ilha italiana, junto às tintas Nero D’Avola e Nerello Mascalese, estas, vou deixar para outra pauta.
Me encanta um branco da uva Grillo, que é parte do corte base para o fortificado Marsala (antes dos mais cobiçados vinho do mundo, hoje não mais). A Grillo é uva com altos níveis de açúcar e produz brancos cítricos, com toques de mel, ligeiramente terrosos, de excelente acidez e até convém amadurecimento em barricas.
A Inzolia (chamada de Ansonica na Toscana) é uma uva aromática, que dá origem a ótimos varietais que se destacam por seu teor de taninos, raro nos brancos. É também integrante no corte do fortificado Marsala, assim como de brancos secos junto a outras brancas autóctones da Sicília.
Elenco alguns vinhos brancos que estiveram na minha taça, dentre eles um delicioso Chardonnay do Chile e outros da Sicília, inclusive um elaborado a partir da casta Pinot Grigio, nativa do nordeste da Itália, no Friuli, mas que também é cultivada na ilha. Acompanhem minhas apreciações, são brancos com excelente custo e qualidade. Ouse, prove os diferentes. Até a próxima taça.
