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Momento DiVino "Conheça o Vin Santo del Chianti" 20/11/22 - A Tribuna Jornal - Santos
MOMENTO DIVINO 20-11-2022

Santé! Vin Santo, ícone da região da Toscana, tem história que se perde nas lendas. A tese mais célebre remonta ao ano 1439, durante um concílio ecumênico em Florença, quando foi oferecido um banquete pelos Médicis e servido um vinho de uvas-passas. O Bispo de Nicea exclamou: “Hoc Xanthos est!”, pois era um vinho “xanthos”, “louro”, amarelo, como certos vinhos de uvas-passas, ou porque tinha o sabor de um vinho produzido na Ilha de Xanto/Santo em Santorini, Grécia.


Isto foi imediatamente assimilado pelos participantes como adjetivo “sanctus” ou “santo”, precisamente. Acredita-se, também, que a origem da palavra está ligada ao ciclo de produção, que sempre esteve entrelaçado com festividades do calendário litúrgico cristão.


 


 


 

Com Denominação de Origem Controlada desde 1996, o Vin Santo del Chianti geralmente é produzido com uvas brancas, que passam por um delicado processo de desidratação e de uma maturação de pelo menos 3 anos, já na versão “Riserva”, a maturação deve ser de, no mínimo, 4 anos.


Esta maturação acontece em mini barris de madeira chamados "caratelli", que têm pequena capacidade, são muito usados (algumas centenas de anos) e de madeiras diferentes, pouco usuais, como castanheira, cerejeira, amoreira e acácia e pequena quantidade de carvalho. Os diferentes tipos de madeira dão maior complexidade e personalidade ao vinho.


Trebbiano Toscano e Malvasia Bianca Lunga del Chianti são as cepas brancas autóctones mais utilizadas. Por lei elas devem atingir, juntas ou individualmente, pelo menos 70% do blend. Por vezes, são misturadas com outras uvas locais como San Colombano ou Canaiolo Bianco, ou com a própria Sangiovese, que não pode exceder 30% na versão clássica. Quando Sangiovese excede 50% do blend o vinho denomina-se Vin Santo Occhio di Pernice D.O.C.

Após a seleção dos cachos, as uvas são escolhidas à mão e transportadas para a “vinsantaia”, um local fechado da adega, bem-posicionado e ventilado (tradicionalmente no sótão com aberturas para perfeita ventilação). Em seguida, acontece a secagem ou apassimento, que ocorre com as uvas dispostas em uma esteira ou penduradas em suportes. A circulação de ar em torno dos cachos somada à distância adequada entre eles vai ditar o sucesso do procedimento. Esta desidratação lenta e suave começa no mês de setembro e pode durar de 3 a 6 meses.


O lendário Vin Santo del Chianti, foi o protagonista de uma masterclass exclusiva no evento o qual participei recentemente, “Chianti Lovers Americas Tour” em São Paulo, sob a coordenação da Ch2a Comunicação. A degustação foi promovida pelo Consorzio Vino Chianti e conduzida pelo wine ambassador de Chianti, Luca Alves, junto com o especialista Jorge Lucki.


Uma prova de sete exemplares do Vin Santo del Chianti demonstrou a todos os participantes toda a riqueza do néctar.


Transcrevo as palavras do Luca Alves, que nos apresentou a história e as informações desse vinho que faz parte da tradição toscana, especial e único. Um vinho artesanal, que exige precisão em cada fase da elaboração. E, acima de tudo, esse vinho bastante doce hoje, e que já foi seco no passado, é o vinho da hospitalidade e da amizade na Toscana.

“O Vin Santo requer uma rigorosa precisão em cada uma das fases de sua elaboração. Com cores de ouro e âmbar, no nariz é de outro mundo! Uma vasta gama de aromas com concentração e densidade surpreendentes: notas de frutos amarelos secos e doces, como damascos, uvas-passas, figos e tâmaras, além de matizes de mel, notas resinosas e balsâmicas, como a do eucalipto. No paladar é um mil-folhas de camadas degustativas. Pleno, intenso, persistente, com contrastes perfeitamente harmonizados. De sabor irrepetível, envolvente, de rara complexidade. Incontestavelmente, o Vin Santo é a mais alta expressão líquida da Toscana”, detalhou Luca Alves.


Se você ainda não experimentou, procure no supermercado ou na sua adega de confiança e prove desse néctar, além de intenso e especial é mais acessível do que a maioria dos vinhos doces.


No site www.consorziovinochianti.it você tem acesso a mais detalhes e todos os produtores italianos. No meu Instagram @claudiaenoamigos você confere as fotos do evento.


Até a próxima taça!

momentodivino@atribuna.com.br

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