Santé! O dia 8 de março celebra o Dia Internacional da Mulher. A data simboliza a luta das mulheres por igualdades, direitos e contra a violência. É um momento oficial para que sejamos enaltecidas e homenageadas. Firmes, continuamos na luta, desejando que esta data não seja mais necessária, uma vez que o ideal é a igualdade dos valores humanos, independente de quaisquer fatores, sejam eles gênero, raça, credo ou ideologia.
No mundo do vinho, a mulher sempre desempenhou papel importante, como habitualmente enfatizo nesta coluna. Vinhateiras, agricultoras, enólogas, sommelières, jornalistas, influencers, confreiras e enófilas são protagonistas na divulgação do vinho, que traz em cada rótulo histórias diferentes e intensas. Destaco mulheres fortes, desbravadoras e conquistadoras que fizeram história no universo do vinho.
Uma delas é Barbe-Nicole Ponsardin (1777-1866), a Veuve Clicquot, que em 1798 inovou criando o processo de purificação do espumante usado até hoje, transformando um champagne opaco e turvo, na bebida límpida e brilhante de hoje.
Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), a Dona Ferreirinha, de Portugal, foi uma das mulheres de maior destaque do século 19. Viúva aos 33 anos, a rainha do Douro empreendeu e transformou o mercado de vinhos do Porto.
A também viúva Lily Bollinger, em 1961, fez de seu champagne o mais famoso e requisitado da época, graças à sua perspicácia, dinamismo e tino publicitário. Ela costumava dizer em suas entrevistas: “Só tomo champagne quandoestou feliz ou quando estou triste. Às vezes, bebo quando estou só, mas quando tenho companhia considero obrigatório. Eu me distraio com champagne quando estou sem fome, e bebo se estou faminta. Fora isso, nem toco nele, a menos que esteja com sede”.
Há exatos 13 anos, fui entrevistada neste mesmo jornal por Fernanda Lopes, minha amiga e editora deste suplemento Boa Mesa. E faço questão de transcrever suas palavras introdutórias, de tão atuais: “Foi-se o tempo em que as adegas e enotecas eram locais só de homens. As mulheres são cada vez mais numerosas nesse universo e, como vem acontecendo, em outras áreas de atuação, têm se especializado e se tornado também referências”.
Sem dúvida as mulheres atuam hoje em cargos de liderança, produzindo, vendendo, comprando, repercutindo, popularizando o vinho, e o objetivo é a igualdade total de gênero no setor vitivinícola.
O Dia Internacional da Mulher é um marco na luta das mulheres pela afirmação de sua dignidade e contra todas as formas de violência e discriminação. No mundo globalizado, a evolução desse marco já é realidade. Alçamos muitos degraus, entretanto o dia 8 de março, reconhecido e estabelecido pela ONU em 1977, é uma data tanto para enfatizar as conquistas quanto para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais que muitas mulheres ainda sofrem. Nesta data, cabe a nós e a toda a sociedade impedirmos retrocessos que ameacem o que já foi alcançado em diversos países.
Até a próxima taça!
momentodivino@atribuna.com.br
@claudiaenoamigos
PROVEI E INDICO
José de Sousa Artisanal 2023, Reguengos de Monsaraz, Alentejo, PT
Uva: 73% Sauvignon Blanc, 22%Verdejo e 5% AntãoVaz
Cor: limão verdeal límpido e brilhante (12,5º GL)
Nariz: lima, maçã, pera, toque herbáceo
Boca: seco, leve, acidez bem integrada às frutas, refrescante
R$ 89,99
Fabre - Phebus Malbec Reserva 2023, Mendoza, AR
Uva: Malbec (60% estágio de 12 meses em carvalho)
Cor: rubi intenso com violáceos (14º GL)
Nariz: amora, ameixa, violeta, especiarias e toque tostado do carvalho
Boca: seco, corpo médio+, taninos sedosos e fruta madura, equilibrado
R$ 89,99
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