Santé! Se o vinho traz benesses à saúde a comunidade científica não é unânime, e o tema é polêmico.
O paradoxo francês, por exemplo, há mais de 30 anos, destaca a contradição de que, apesar dos franceses terem uma dieta rica em gorduras saturadas, apresentam baixos índices de doenças cardiovasculares. A boa saúde é atribuída a sempre acompanharem a refeição com uma taça de vinho.
Acredita-se que são valiosos os resultados dessa combinação, como por exemplo a baixa incidência de doenças cardiovasculares, uma vez que o álcool dos vinhos previne o entupimento das artérias coronarianas, evitando infarto do miocárdio. Confia-se ainda que consumido moderadamente, o vinho diminui os níveis de LDL (colesterol ruim) e aumenta o HDL (bom), e até contribui na prevenção do câncer. Existem pesquisas no Novo e Velho Mundo, que indicam o vinho como coadjuvante na prevenção do Mal de Alzheimer, onde os polifenóis atuam evitando o envelhecimento das células cerebrais. Ainda neste sentido, agindo no cérebro, o vinho pode evitar o surgimento da depressão, mal desse século.
Continuando, ele é aliado na prevenção de doenças pulmonares, doenças do aparelho digestivo e do aparelho urinário. Reduz riscos de diabetes tipo 2 e auxilia no tratamento de anemia, já que o álcool permite maior absorção de ferro pelo organismo - um copo de vinho contém 0,5mg de ferro.
E mais, reduz riscos de osteoporose e de degeneração macular, que ocasiona cegueira em idosos.
Bem, há séculos a relação vinho e saúde coexiste. Não é à toa a longevidade dos monges, que em seus mosteiros já elaboravam a bebida. E não muito distante, Louis Pasteur, em 1865, revolucionou a ciência, comprovando que o vinho é uma bebida sã e a mais higiênica. À propósito, o vinho foi adicionado à água, em Hamburgo, na Alemanha, para sua esterilização durante a epidemia de cólera em 1892. Mais interessante ainda é saber que o vinho pode ser um estimulante sexual, como aumenta o fluxo sanguíneo eleva o desejo feminino e ajuda na disfunção erétil do homem! Incrível, não é mesmo!
Fato é que dentre todas as bebidas alcoólicas, o vinho é a que mais pode beneficiar o homem por causa de seus polifenóis, que são componentes antioxidantes, produzidos em abundância na videira, tendo sua concentração nas cascas e sementes da uva, contribuindo com a evolução de sabor, cor e aroma dos vinhos.
Os polifenóis das uvas mais estudados são o resveratrol, os flavonoides, os taninos e as catecinas ou procianidinas, entre os mais de mil encontrados. A concentração de polifenóis nos vinhos tintos é cinco a dez vezes maior que nos vinhos brancos. Isso porque a uva tinta além de ter maior riqueza polifenólica, a sua extração na vinificação é muito maior. Os tintos passam por maceração com as uvas inteiras, já nos brancos a maceração com as cascas é por tempo determinado ou inexistente, exceção dos vinhos laranja, tema desta coluna em 25.03.2016. (acesse no site www.enoamigos.com.br).
Algumas pesquisas apontam a uva Tannat, seguida da Cabernet Sauvignon como as maiores detentoras dos polifenóis benéficos à saúde. Outros cientistas sustentam que o tempo de vinificação e consequente extração das uvas, quais forem, é que resulta em maior proporção desses antioxidantes.
Enfim, os benefícios do consumo de vinho à saúde são infindáveis, entretanto há uma linha tênue entre o uso e o abuso. Dependência de álcool, cirrose hepática, depressão, obesidade, risco de morte e etc., são algumas das prováveis consequências. Atente: equilíbrio é o caminho!
É recomendado às mulheres uma taça de vinho diariamente, e aos homens duas, por sua maior tolerância ao álcool, sempre às refeições, obviamente estou falando de pessoas em condições satisfatórias, sem patologias.
Destaco, finalmente, que na busca de mais e melhor saúde o vinho indicado é o seco. Vinhos meio secos e doces aumentam a taxa de açúcar e gordura no sangue.
Não se iluda, quer vida longa? Seja responsável e beba com moderação. Até a próxima taça!
